4 de jan. de 2019

NOTAS DESINTERESSADAS E APARENTEMENTE CONTRADITÓRIAS SOBRE CORES



Rafael, janeiro/2019

















Gosto muito de vestir azul, principalmente azul escuro, blue-jeans. Gosto tanto quanto de blues, que tem as blue notes como no jazz, na voz de Billie Holliday (“Am I blue?”). Azul escuro é a cor de meu Orixá no Candomblé, Ogum, mas há muitas casas que adotam o verde, que por sinal é a cor de meu Guarani F.C, de Campinas/SP.

Não gosto de usar vermelho, nem compraria um carro vermelho. Na verdade tive um fusca vermelho, mas foi presente de meu pai. Pedi um Chevette zero e ganhei um fusca usado... e vermelho. 

Ideologicamente sou um “vermelho”, embora membros de alguns partidos só reconheçam seus camaradas como “vermelhos”. Tenho uma quedinha por uma Rosa que era chamada de “Rosa, A Vermelha”, e por um cara que comandou um exército Vermelho como Rosa.

O símbolo do meu partido é um sol vermelho, muito simpático por sinal, e a sigla também está em vermelho, mas a bandeira é amarela, que também é a cor de meu segundo Orixá no Candomblé: Oxum, amarelo ouro.

De roupas e acessórios rosa confesso que não gosto para mim, escolha que certamente foi construída socialmente (de resto, como qualquer gosto), fica bem em outras pessoas, como as meias rosa de Michel Maffesoli e sua charmosíssimas gravatas borboletas, mas não sou um admirador tout court das ideias dele.

As cores do Arco-Íris são lindas e sua transformação em símbolo foi uma das ideias mais geniais que já vi. Tenho amigxs, camaradas, irmãs e irmãos “de santo” de todas as cores e amo todxs, é bom amar, não é? 

Ah, gosto de cinza, mas não de dias cinzentos como está agora, exatos 15h05 do dia 4/1/2019 que é uma sexta-feira, no candomblé dia de Oxalá, o senhor do Pano Branco, com quem tenho um segredo que, óbvio, sendo segredo não conto. Posso contar outra coisa: que para começar qualquer começo, atravessar caminhos, portas e portões, para tudo isso tenho que reverenciar o vermelho-e-preto, se não nada é feito ou desfeito.

Restam as goiabas que, como vocês sabem, nascem das goiabeiras. Como sempre fui muito urbano, não conheço a variedade de tipos de goiabas e goiabeiras, não tenho muito a dizer sobre elas e suas cores, nem sobre pessoas ensandecidas que sobem nelas e falam bobagens sobre cores. Sei que as folhas são de Ossain, verdes, e se estão no meio da mata são domínio de Oxóssi, azul claro, meu terceiro Orixá.

Do azul escuro ao claro, é tudo que sei sobre cores, ou pelo menos é o que posso dizer. Sobre Socialismo (uma etapa! uma etapa!) e fé nos Orixás, sobre isso escrevo depois.

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