Era uma estória que
não era,
porque ninguém a
havia contado.
Pessoa alguma nem
nada podia entrar na estória,
acontecido algum podia
acontecer,
morte, música, mal de
amor,
ou viagem de férias,
nada.
Nem lugar havia
para dizerem: “-
Contam que lá...”.
Nem um tempo para um “
- Era uma vez.”
Não sendo,
a estória decidiu um
dia,
procurar quem a
narrasse.
Mais de nenhuma légua
andou,
e a estória,
exausta,
desistiu e
decidiu se criar.
Só que ninguém se
importava.
Era apenas (diziam)
mais uma estória
inventada.
rjs