10 de mar. de 2018

E ESSE NEGÓCIO DE MUSICA/BLUES, BRINCO, ANEL, POESIA E...E SOCIALISMO?!

Village, NYC, 1995 ou 96
















Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade

(Cazuza, Blues da Piedade)



Notas para uma autobio em alta velocidade



Não, não é algo novo, nada novo. Tô só reincorporando em minha vida algumas “coisas” que por algum motivo foram sendo abandonadas por desautorizações alheias ao meu Desejo. Reencontro-me, reconcilio-me, já falei de reconciliações.

Tem nada de novo não.

Música? Nunca foi passatempo. “Musical” em minha vida nunca foi “fundo”. 

O Blues em particular? Amor antigo desde que os teclados de Billy Preston rasgaram meu coração naquele solo em I got the blues que tá no incrível álbum Sticky fingers, Stones (1972). 



Rolling Stones Records/Atlantic Records. Capa por Andy Warhol




Depois veio Janis, conforme a memória trabalha, e quase ao mesmo tempo as interpretações pesadas feitas pelo Led Zeppelin (I can’t quit you baby et all).

Um dia me caiu nas mãos, nos ouvidos e no coração o “Nothing but the blues”, do Johnny Winter (1977): era um tributo ao blues e a Muddy Waters, que inclusive participa do álbum. Lembro que li algo na contracapa que me fez entender TUDO! 



Selo Blue Sky ‎– PZ 34813




Dali em diante foi Blues, mas também vivo de rock, samba, baladas folk, Irish Music, erudita, bossa nova, a tal MPB e, claro, de jazz (que tá ali bem perto do blues). Não, não sou nacionalista: minha pátria é o mundo.

Já estudei um pouco de tudo, foi pouco, mas foi formando um pequeno tudo: violão, piano, bateria. Agora não quero mais o pouco. Tá tarde? Nunca é, nunca é.  E tente dormir com meu barulho, porque logo que as mãos desenferrujarem vou comprar uma guitarra. 

Brinco? Fui um dos primeiros moços (é, eu era moço) a furar a orelha em minha cidade, acho que em 1980. Furei de novo em 2010, de novo me encolhi, agora veio e vai ficar. Anel é novidade, gostei. E já aviso que o cabelo vai crescer um pouco, talvez muito, vou ver depois conto.

Agora vamos à poesia que alguns dizem não ser e fazem aquele ar sarcástico de parnasianos provincianos: tem quem goste e muito: poema, micropoema, poema-em-prosa, livre associação com aliterações, letras de música sim, também, para des/gosto dos ressentidos. Expressão poética também não é novidade.





Sobre Socialismo, ora me poupem, se me mandarem morar na Venezuela ou em Cuba posso até pensar na possibilidade, mas não é a questão. A questão? Simples assim: contra a propriedade privada dos grandes meios de produção, contra a apropriação do trabalho excedente. Não “deu certo” onde aconteceu? O que é, afinal, “dar certo”? Algo deu certo nos EUA ou aqui? Saramago disse uma vez algo assim: que ele não abriria mão de seu posicionamento, pois seria oportunismo.  Os jornalistas (na época “yuppies” de um grande jornal paulista), ficaram com cara de tacho.

Utopia? Sim! Utopia necessária e urgente.

Enfim, digo sim ao brinco, ao blues, ao socialismo, à poesia e a tudo mais que me fez quem (e o quê) sou. E aguardem porque vem mais. Para quem não entendeu, peço Piedade.

E viva Zeca Baleiro, Billie Holliday, Janis, Jards Macalé, Paulo Leminski, Cazuza, Cássia Eller e todos e todas sem juízo do mundo!


RJdS/Março/2018

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